sábado, março 24, 2007

O Retrato Imaginário de Diane Arbus (2006)


Título Original: Fur: An Imaginary Portrait of Diane Arbus

Realização: Steven Shainberg

Argumento: Erin Cressida Wilson (livro de Patricia Bosworth)

Género: Drama/ Fantasia

Intérpretes: Nicole Kidman; Robert Downey Jr.




Diane Arbus (lê-se Dee-Ann) nasceu em 1923. Filha única. Pais ricos. Casou aos 18 anos e teve duas filhas.

Começou no universo da fotografia, segundo a película de Steven Shainberg, como assistente do marido. Posteriormente, altura a que remete a acção do filme, Diane torna-se fotógrafa.

Diane tem uma relação de amor/ódio com os pêlos. Sim, leu bem, pêlos. No início livra-se deles com um olhar de ódio e contempla com desprezo as criações em pele que os pais comercializam, para a alta sociedade. No final, tudo será bem diferente.

A fotógrafa não se consegue enquadrar no ambiente. Não se identifica com o que faz e muito menos com o que a sua família faz. A curiosidade pelo novo inquilino leva-a para um universo alternativo. A máquina fotográfica acompanha-a. Contacta com aqueles que sempre sonhou fotografar. Entra na morgue. Torna-se amiga das “aberrações”.

“A minha mãe fez-me jurar que nunca ia ver um morto”

Este retrato imaginário é uma verdadeira obra-prima em termos técnicos. Premeia o espectador com um magnífico jogo de iluminação. O som é captado com uma exímia exactidão. Transmitindo algo mais ao espectador. A banda sonora é adequada. Vai ao encontro do estado de alma das personagens, assim como da respectiva evolução destas. O argumento é fraco e surge claramente como secundário. A filmagem prima pela precisão. Por momentos seguimos Diane, enquanto que noutros antecipamo-nos a ela. Há ainda momentos em que caminhamos lado a lado, como cúmplices.

Com excelentes interpretações de Nicole Kidman e Robert Downey Jr., Fur não é um simples biopic. Não maça o espectador com factos. Mostra o mundo de Diane já adulta. Abre as gavetas da infância. Acompanha a metamorfose (da inadequação à adequação). A postura, o cabelo e as roupas mudam ao longo do filme. É a sua clara ascensão.

Mais do que um retrato imaginário, Fur é um magnífico tributo a Diane Arbus.
Classificação:
8/10

quinta-feira, março 01, 2007

Semana com estreias douradas

O Labirinto do Fauno
Dreamgirls
Diário de um Escândalo