sábado, fevereiro 10, 2007

Hollywoodland (2006)



Título Original: Hollywoodland
Realização: Allen Coulter
Argumento: Paul Bernbaum
Intérpretes: Adrien Brody; Diane Lane; Ben Affleck; Bob Hoskins; Robin Tunney

«The Rise and Fall»

Foi a 16 de Junho de 1959 que as crianças Norte-Americanas de então, foram forçadas a abandonar o mito do herói, daquele que luta pelo bem e que é mais forte que toda a humanidade junta. A imprensa dava então a conhecer a morte de George Reeves (Ben Affleck), o Superhomem. «TV SUPERHERO, OUT OF WORK, KILLS SELF», é a headline do Mirror News. As crianças ficam num luto, resguardam-se no seu canto, queimam as recordações do homem de aço e dão um passo para a visão adulta. Abatido por um só tiro, a morte de Reeves deixa sérias suspeitas à mãe deste, Helen Bessolo (Lois Smith), que ao ver o processo arquivado recorre aos serviços de um detective privado, Louis Simo (Adrian Brody).

Em Hollywoodland há alguns aspectos comuns às personagens que percorrem a tela. O desespero, a desorientação, a bebida, a traição e o sexo. Estamos na passagem do preto e branco para o technicolor. A televisão começa a entrar no quotidiano das famílias norte-americanas. E Hollywood, será sempre Hollywood... a pólis dos sonhos, da ascensão, da queda, da intriga, do desejo e da traição. Luxo e aparecer são as palavras de ordem, nada passa de um engenho. Desde a primeira foto de George Reeves com Toni Mannix (Diane Lane), esposa do executivo de estúdio da MGM, Eddie Mannix (Bob Hoskins); até às fotos que Helen e Simo tiram na visita à crime scene de Reeves (repare que Simo deixa as mãos ao alcance das objectivas, sinónimo de cuidado e preocupação com Helen).

Esta produção retrata bem o universo da representação. Do início de carreira, passando pelos castings, as festas para divulgação, ao primeiro trabalho sério, até à queda. Há ainda lugar para as personagens que ficam coladas aos actores, para o resto da vida, impossibilitando-os de prosseguir outro rumo, como é o caso da estreia de “From Here To Eternity” em que a plateia aponta para a imagem de Reeves, ao mesmo tempo que murmura quase em uníssono “Superman”.

Uma história contada em dois tempos, cuja sucessão de eventos se vai misturando ao longo do filme, apelando a um índice mais elevado de atenção, por parte do espectador. Falava-lhe de dois tempos. São eles o antes e o pós-morte de Reeves.

O mais interessante da trama são as vidas dos personagens. Cada um trás uma mensagem. Desde Reeves, o Super-homem, passando pela sua noiva Leonore Lemmon (Lois Smith), a sua amante Toni Mannix, à sua mãe Helen e ainda ao detective e aos produtores da MGM. Todos trazem uma pérola, uma mensagem que nos permite decifrar o mundo de então... não muito diferente do de hoje.

Hollywood será sempre Hollywood! Mas se Hollywood é e será sempre a mesma, Ben Affleck aproveitou para mudar e presentear-nos com uma representação sensata, aquela que é até ao momento, a melhor da sua carreira.



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sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Estreou, por cá, ontem





















Destaque para a próxima semana: Cartas de Iwo Jima (Clint Eastwood)