quarta-feira, julho 25, 2007

Estreia já amanhã...


A crítica... em breve!

Harry Potter e a Ordem da Fénix (2007)


Título Original: Harry Potter and the Order of the Phoenix
Realizador: David Yates
Argumento: J. K. Rowling, Michael Goldenberg
Género: Aventura, Fantasia
Elenco: Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Ralph Fiennes, Imelda Staunton, Alan Rickman, Emma Thompson, Helena Bonham Carter

Harry Potter e o Cálice de Fogo (a anterior episódio da saga) ficou marcado pelo regresso daquele cujo nome não deve ser pronunciado.


Nesta nova aventura o Bem, representado pela Ordem da Fénix, tenta derrotar o Mal sustentado pelos Devoradores da Morte que são, por sua vez, liderados pelo temível feiticeiro Voldemort.


Hogwarts, a Escola de Feitiçaria, sofre com as decisões do Ministério da Magia, que é por sinal, um Ministério-fantoche. Cornelius Fudge, Ministro da Magia, afirma a pés juntos que o regresso de Voldemort não passa de uma invenção de Harry Potter e Albus Dumbledore (o Director de Hogwarts). O Ministro alia-se ao Daily Prophet, o diário mais lido entre os feiticeiros, para veicular as suas teorias e decisões.


É de louvar que o trabalho de David Yates seja tão fiel à obra de J.K. Rowling. À medida que os livros se tornam mais negros, o mesmo acontece com os filmes e aos poucos as Trevas invadem os ecrãs. As salas de cinema são preenchidas por um público etariamente diversificado.


Harry Potter e a Ordem da Fénix é excelente em termos de efeitos visuais. Destaque para as interpretações de três actrizes Imelda Staunton (como Dolores Umbridge), Emma Thompson (Professora Trelawney) e Helena Bonham Carter, na pele da louca e temível feiticeira Bellatrix Lestrange.


Uma campanha de lançamento bem engendrada, uma vez que poucos dias após o lançamento do filme, se deu o lançamento do último livro.


Classificação:

8/10

quinta-feira, julho 19, 2007

Lars Von Trier



Lars Von Trier é um realizador Dinamaquês com destaque no mundo do cinema. Actualmente com 51 anos, é tido como o realizador mais ambicioso e visualmente distinto desde Carl Theodor Dreyer (Dinamarquês).


Estudou na Danish Film School e ajudou a fundar o Dogma 95, composto por um grupo de cineastas que acordou fazer apenas filmes respeitando uma série de regras, entre elas o uso de câmaras ao ombro, o não recurso a cenários e a banda sonora.


As suas obras mais conhecidas são Os Idiotas (1998), Dancer in the Dark (2000) e Dogville (2003). Foi com esta última que deu início à sua trilogia Americana. Esta trilogia conta actualmente apenas com dois tomos: Dogville e Manderlay (recentemente editado em DVD pela FNAC). A obra Wasinghton vai marcar o fecho da trilogia que teima em apontar os defeitos da America. Von Trier foi também o argumentista de Querida Wendy, actualmente em exibição nas salas Portuguesas.


Lars Von Trier é um realizador que esgota as actrizes. Nicole Kidman, a estrela de Dogville, recusou-se a fazer os restantes filmes da trilogia e Bjork (Dancer in the Dark) anunciou que não irá voltar a trabalhar com o realizador.


Para este ano ficou prometido o seu filme de terror Anticristo, o qual narra a criação da Terra por Satanás, em vez de Cristo. No entanto, aquando a edição do Festival de Cannes deste ano o realizador anunciou que sofre de uma depressão. Há rumores que anunciam a saída de Lars Von Trier do mundo da sétima-arte.

quinta-feira, julho 05, 2007

A Trilogia da Morte - Gus Van Sant





Gus Van Sant é natural de Kentucky (EUA), completa 55 anos no próximo dia 24 e é um dos grandes nomes do cinema independente. Realizador de filmes com uma imagem única e argumentos marginais, onde o silêncio acaba por imperar. As suas obras são tidas como referência entre os cinéfilos. Paranoid Park, o seu mais recente trabalho, foi aplaudido pela crítica na última edição do Festival de Cannes e recebeu o Prémio do 60.º Aniversário, como forma de homenagear o trabalho desenvolvido pelo realizador no decorrer da sua carreira. A trilogia da morte é o nome dado ao conjunto de três obras de Gus Van Sant: Gerry (2002), Elephant (2003) e Last Days (2005). Cada um destes filmes tem uma vida própria. Uma vez que cada filme tem a sua história, personagens e protagonistas. Contudo, se juntarmos estas três obras conseguimos três diferentes visões da morte.

Gerry (2002)




Argumento: Casey Affleck, Matt Damon, Gus Van Sant
Género: Drama
Elenco: Casey Affleck, Matt Damon

Dois amigos, ambos de nome Gerry, param o carro no meio da estrada e começam a caminhar na direcção das montanhas. Em determinado momento alteram a rota e acabam por se perder.
A filmagem de Van Sant leva-nos ao local. Perdemo-nos juntamente com os Gerrys. Os primeiros dias são preenchidos pela esperança. Nenhum deles pensa na morte. O plano é sempre o mesmo: reconhecer as montanhas (assim como outros rochedos) e encontrar o caminho para o carro. O tempo passa e a morte acaba por desabar sobre a esperança.
Boa filmagem e captação de áudio. Aqui a morte é acidental, sendo a acção suportada pela existência de diálogos. Este é, porventura, o filme que tem mais diálogos na Trilogia da Morte. No entanto, o silêncio entre os dois amigos consegue favorecer a história, ao dar-lhe um tom de autenticidade.

Elephant (2003)



Argumento: Gus Van Sant
Género: Drama
Elenco: Alex Frost, Eric Deulen, John Robinson

Nada mais banal que um vulgar dia de aulas, com a “pequena” excepção de não o ser!
Um violente incidente perturba os alunos e professores de um liceu em Portland, Oregon (EUA).
Um filme espectacular, premiado (Festival de Cannes 2003: Palma de Ouro e Melhor Realizador), que nos remete para aquilo que o liceu representa para os jovens, o que passa pela cabeça destes, elucidando-nos cada vez mais do facto de todos sermos diferentes e iguais ao mesmo tempo, passando pelo massacre no liceu do Columbine, já conhecido por vós, através do documentário de Michael Moore- Bowling for Columbine. Van Sant, consegue através da sua câmara, mostrar que todos aqueles jovens não passavam de fantasmas naquele liceu (psicologicamente já estavam todos mortos, os tiros foram apenas a consumação do acto).
Este é um filme intenso, em que o silêncio e o cenário de um liceu vazio e ténue nos remetem para uma inevitável tragédia.
Absolutamente genial, original, magnífico, prende o espectador do primeiro ao último segundo!

Last Days (2005)

Argumento: Gus Van Sant
Género: Drama
Elenco: Michael Pitt, Lukas Haas


Surge Last Days e num circundante esplendor dá-se o desfecho da trilogia, através da exploração do factor música/som como complemento e suporte para todo o desenlace do enredo. Este, é mais importante que o factor diálogo (quase inexistente), provocando ira, cólera, amargura e a sede do “doce” beijo da morte. Last Days, é muito mais que um mero biopic. Baseado nos derradeiros dias do líder exímio dos Nirvana (Kurt Cobain), Van Sant apresenta-nos Blake (Michael Pitt), o símbolo de uma geração que se apresenta “só” numa casa “cheia”, perdido num labirinto que é consequência e cliché do mundo da fama. Blake apresenta-se moribundo, já morto (a nível psicológico e espiritual), inerte numa casa impessoal e caótica, onde todos podiam entrar e desfrutar dos seus prazeres. A forma como Blake é filmado ao longo do filme, quase sempre de costas, elucida-nos da sua posição para com o mundo. O plano em que o telefone toca e Blake continua a sua rotina, é a melhor mise-en-scéne disso mesmo.É no seu secret secret spot, tão perto e ao mesmo tempo tão longe da sua casa, que Blake encontra o seu EU. Falamos da pool-house, da floresta e momentaneamente a sala de música, onde apenas se limita a viver, a expressar os seus medos e a sua raiva, sem ser confrontado. Last days, é mais que um inspirado reviver dos últimos dias de Cobain, que um labirinto cliché e obligatoire para todos aqueles que pisam o passeio da fama do Rock. Este é o fechar de um ciclo que tanto pertence a Cobain, a Blake, como ao mais comum dos mortais. Sendo o seu fecho, a soberba cena da morte de Blake. Brilhantemente captada por Van Sant e clímax do filme.