segunda-feira, novembro 05, 2007

Sicko (2007)




Para si, qual dos seguintes sistemas de saúde é o melhor: o Português ou o Norte-Americano?


Tendo em conta o profundo desagrado generalizado do povo Português face ao sistema nacional de saúde, posso certamente apostar que irá optar pela segunda parte da resposta. Contudo, Michael Moore acaba por nos mostrar que afinal… até não estamos assim tão mal.


É através de Sicko, o seu mais recente documentário, que opta por fazer uma viagem por vários sistemas nacionais de saúde. Tudo isto porque o governo Norte-Americano defende o sistema Nacional de Saúde como um dos maiores males à face da terra. Assim, nos Estados Unidos a saúde é tratada através da iniciativa privada. Os cidadãos são obrigados a fazer seguros de saúde. O problema consiste no facto de as seguradoras olharem, cada vez mais, para os utentes como uma despesa/preço elevado e não como doentes, cuja vida está em risco.


Os tratamentos são negados e carimbados como “experimentais”. Quais as opções que restam? 1) Pagar o tratamento do próprio bolso; 2) Deixar-se morrer; 3) Ir para outro país, em busca de tratamento.


Michael Moore, realizador de Bowling for Columbine e Fahrenheit 9/11, visita os sistemas nacionais de saúde de países como Canadá, França, Inglaterra e Cuba. Recorre a histórias de Americanos defraudados pelos seguros de saúde para mostrar o benefício de um sistema nacional de saúde. Uma proposta de Richard Nixon e desenvolvida por Hilary Clinton. No entanto, esta luta acabou por cair por terra uma vez que o Governo tinha um preço que as seguradoras de saúde podiam pagar.

Realização e Argumento: Michael Moore
Género: Documentário





Classificação:
8/10

domingo, novembro 04, 2007

Corrupção (2007)



Consiste na adaptação livre de “Eu, Carolina” o livro publicado por Carolina Salgado, ex-Pinto da Costa, em finais de 2006.

O livro caiu que nem bomba nas estantes das livrarias e dos supermercados. E desde que a imprensa noticiou o surgimento do filme, este tem sido um tema recorrente no tratamento jornalístico.

Corrupção pretende expor o lado negro do mundo do futebol (nacional). Parte do pressuposto de que todos os que entram na sala de cinema já conhecem a história. Limita-se, então, a escolher cenas do livro e a passá-las para o ecrã, nem sempre com exactidão.

Este é um filme corrompido. Falta-lhe uma linha narrativa e a assinatura de um realizador. Está cheio de raccords e problemas de iluminação. Para além de a direcção de actores não ter sido a melhor, nomeadamente no caso de Margarida Vila-Nova. A actriz que protagoniza Sofia (Carolina Sofia Salgado) não despiu a pele de Maria Laurinda (uma personagem do pequeno ecrã). Um erro crasso. Aparece artificial e odiável.

É uma obra estereotipada. Pega na imagem que todos já temos dos protagonistas (que pode nem ser a exacta) e mantém-na. Não procura mostrar o lado humano das coisas.

Padece igualmente de problemas de iluminação e de filmagem. Nomeadamente, os planos parados. A câmara é colocada num sítio e a cena é filmada a partir dali. Não há movimento. Não há acção. Não é possível transportar o espectador para a trama.

É um filme frio e distante. Não consegue captar o espectador devido à sua superficialidade. Os diálogos não parecem reais. O real surge na palavra apenas quando é tomada por Nicolau Breyner.

IN: Nicolau Breyner e António Pedro Cerdeira
OUT: Margarida Vila-Nova e a livre-adaptação feita ao livro

Realização: Utopia Filmes
Argumento: João Botelho e Leonor Pinhão
Género: Drama
Elenco: Nicolau Breyner, António-Pedro Cerdeira, Margarida Vila-Nova

Classificação:

1/10