sábado, janeiro 20, 2007

Scoop (2006)

Título Original: Scoop
Realização: Woody Allen
Arguemento: Woody Allen
Género: Comédia/Mistério
Elenco: Woody Allen; Scarlett Johansson; Hugh Jackman; Ian McShane




Eis o regresso de Woody Allen. Aquele senhor de óculos pretos, com um enorme sentido de humor e que nos remete de imediato para Manhattan. Após um período menos criativo (Melinda e Melinda), as duas últimas obras de Allen vêm inverter a situação.

Match Point e Scoop (ambos os títulos sem tradução em português) foram filmados em Londres e protagonizados por Scarlett Johansson. O primeiro foi apelidado pela crítica como sendo um ponto de viragem na carreira do autor.
De que trata este Scoop (termo jornalístico inglês para Furo Jornalístico)?

Joe Strombel (Ian McShane), jornalista, conhece a secretária de Peter Lyman (Hugh Jackman), enquanto viajam na barca de Caronte para o outro lado do rio do Esquecimento. Esta revela suspeitar que o patrão é o serial killer das Cartas de Tarot. Suspeita ainda ter sido assassinada por este, enquanto bebia chá.

No lado dos vivos, Joe Strombel "aparece" a Sondra Pranksy (Scarlett Johansson), estudante de jornalismo na Ader (EUA), durante um show de magia de Splendini (Woody Allen) e pede-lhe para investigar o caso. Investigação que vai sendo composta por dicas trazidas por Strombel, do seu beyond the grave.
Antes de estrear em Portugal, o feedback que nos chegava de Scoop era negativo. Qual a razão para este fenómeno? Estavam certamente à espera que Scoop fosse outro Match Point. Não o é. Mas é igualmente bom e cumpre legitimamente a função de comédia. E que comédia! Scoop vai desde os factores culturais ingleses, ao jornalismo e nem a barca de Caronte é deixada em paz.
Numa recente entrevista à Premiere, Allen considerou que os seus piores filmes, são aqueles em que trabalha como actor. Permitam-me discordar. Woody Allen dá um outro brilho ao filme (já o tinha conseguido em Todos dizem que te amo).

Aqui Johansson só é fatal nos escaços momentos em que está sem óculos. De óculos dourados (formato "tartaruga", sim, tenho uma teoria que se as tartarugas tivessem óculos, as armações tinham de ser assim), com camisas, cabelo apanhado e sempre de caneta-bloco em punho, conseguiu reproduzir a essência de algumas estudantes de jornalismo.

Hugh Jackman surge na pele de um rico e sexy. Bem mais apetecível que nos seus dias de X-men.

Com artimanhas de Agatha Christie e ironias a Jack o Estripador, Scoop é a comédia que se quer. Inteligente, irreverente e com o carimbo de um dos melhores cineastas de todos os tempos.

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