quinta-feira, maio 03, 2007

Pas Douce






Realização e Argumento: Jeanne Waltz
Ano: 2006
Origem: França/Suiça
Género: Drama
Intérpretes: Isild Le Besco, Lio, Steven de Almeida
Prémios: Prémio de Distribuição IndieLisboa 2007

“Ouviste?! Ele disse que não sou doce…”

Fréderique (Isild Le Besco), mais conhecida como Fred, vive numa pequena cidade nas montanhas. Tem 24 anos e é enfermeira no único Hospital da cidade. Na adolescência foi campeã de tiro. Imposição do pai. Com o passar dos anos largou a competição. E largou o pai.


As rotinas que outrora adorava. Transformam-se em clausura. Só e desesperada parte para a floresta. Tenta pôr um fim à vida. Acaba por colocar em risco a vida de Marco (Steven de Almeida). Um estudante que ia a passar. A tortura aumenta. Guarda silêncio. E Fréd vira-se para uma vida de vícios.


Marco tem 13 anos. É um ser difícil de domar. Vive revoltado pela ausência da mãe. Fred é a única enfermeira que o consegue tratar. Cativa-o da mesma maneira que o Principezinho conquistou a Raposa (Antoine de Saint-Exupéry). Marco e Fred criaram laços, ficaram presos um ao outro e ela deixou de ser apenas uma enfermeira. Passou a ser a Fred, a amiga, a confidente e a salvadora. Mal imagina Marco que não foi atingido por um caçador louco, mas sim pela doce enfermeira que zela pela sua vida.


O argumento está bem construído. E as falas surgem com naturalidade. Entre a morte, o medo e a agressividade há ainda tempo para a sensualidade. A filmagem de Jeanne Waltz leva-nos ao lugar. Faz-nos testemunhar todos acontecimentos.


A magia deste filme prende-se pela construção que é feita ao mínimo detalhe. As quatro grandes personagens deste filme a Fred, o pai da Fred, o Marco e a mãe deste acabam por ser espelhos uns dos outros. Espíritos indomáveis que a sociedade insiste em domar.









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