terça-feira, outubro 07, 2008

Mamma Mia! (2008)



Título Original: Mamma Mia!

Realização: Phyllida Loyd

Argumento: Phyllida Loyd

Género: Musical

Elenco: 
Amanda Seyfried
Meryl Streep
Pierce Brosnan 
Colin Firth
Stellan Skargsgård 
Julie Walters
Christine Baranski









A julgar pelo título e caso não tenha estado atento às tendências da pop na década de 1980-90, certamente pensa que “Mamma Mia!” é um filme italiano, sobre cozinha e que tem como personagem principal aquele chef do anúncio de uma certa marca de pizzas.

Divagações à parte, “Mamma Mia!” é a adaptação cinematográfica de um musical com o mesmo nome, sustentado pelas músicas dos ABBA – um grupo sueco que teve imenso sucesso nas décadas 1970 e 1980. A realização de ambos está a cargo de Phyllida Loyd.

O musical estreou sensivelmente 25 anos após os ABBA terem ganho o Festival Eurovisão da Canção com o tema Waterloo, em 1974. As pessoas movimentavam-se nos seus assentos ao som da música. Foi um sucesso. Entre 1999 e 2006, o musical foi visto por mais de 35 milhões de espectadores a nível mundial, ultrapassando o êxito obtido pelos musicais Cats e O Fantasma da Ópera, ambos de Andrew Lloyd Webber.

E se o musical conquistou o público em São Francisco, Broadway, Hamburgo, Las Vegas, Madrid, Estocolmo, Osaka e Moscovo, o filme chegou a muito mais pessoas. “Mamma Mia!” é já o filme mais visto do ano em Portugal, ao conquistar 539 mil espectadores em 5 semanas.

“Mamma Mia!” conta a história de Donna (Meryl Streep) proprietária de uma pensão e mãe solteira de, Sophie (Amanda Seyfried), uma jovem de 20 anos de idade que se vai casar em breve. A acção desenrola-se na Grécia e tem nas músicas dos ABBA não só a banda sonora ideal como o mote para o desenrolar das cenas. Para o casamento Donna convida as duas melhores amigas de Sophie e ainda as suas ex-companheiras de banda, Donna and the Dynamos, Rosie (Julie Walters) e Tanya (Christine Baranski). O desejo de ser conduzida ao altar pelo seu pai, cuja identidade desconhece, leva Sophie a convidar três homens que fizeram parte da vida da sua mãe na altura em que foi concebida. É aqui que a aventura começa.

Pierce Brosnan, Colin Firth e Stellan Skargsgård dão a vida aos três possíveis pais de Sophie, que aqui acabam por representar três vertentes do cinema acção, romance e indie.

É frequente as letras das canções dos ABBA substituírem os diálogos habituais. Surgem no meio da conversa, dão teatralidade à cena e animam a audiência. As vozes são as dores actores. Enquanto Amanda Seyfried e Meryl Streep se destacam de forma formidável não só na representação mas também no canto, Pierce Brosnan faz um grande esforço nas cenas musicais. Um desempenho que oscila entre o razoável e o mau.

“Mamma Mia!” estreou na melhor altura do ano, o fim do verão. As férias já acabaram para a maior parte das pessoas e o regresso ao trabalho é marcado pela nostalgia dos dias de praia, da areia nos pés, da tarde na esplanada ou até mesmo daquela indesejada insolação. Durante cerca de duas horas, “Mamma Mia!” consegue afastar as preocupações do público e “transportá-los” a um sítio idílico, uma ilha grega. Espera-se inclusive uma forte afluência de turismo na região no próximo ano, devido ao sucesso do filme.

E se o verão é a época, por excelência, da silly season… o verão de 2008 não podia ter terminado de melhor forma. “Mamma Mia!” cumpre na perfeição a função a que se propõe, entreter. O regresso das músicas dos ABBA é o aspecto mais positivo da película, para além do excelente desempenho dos actores. O destaque vai claramente para a novata Amanda Seyfried, fã de musicais sobretudo do “Mamma Mia!”, que consegue estar à altura na representação e no canto. Muitas vezes um grande elenco não representa necessariamente um bom filme, neste caso tal não acontece.

O facto de não ter sido dirigido por um realizador, mas pela encenadora do espectáculo original, tornou a adaptação o mais fiel possível. Tal pode ser encarado como um aspecto negativo na medida em que algumas cenas são simplesmente ridículas, nomeadamente os coros que surgem dos sítios menos imagináveis durante as músicas.

No que diz respeito à técnica há alguns problemas de montagem (cortes, passagem entre cenas) e ainda de filmagem (sim, há cabeças cortadas).

Gosta dos ABBA? Quer distanciar-se por duas horas da rotina do dia-a-dia? Então, este pode ser o filme para si.


Classificação:


 

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